Sempre que escuto músicas dos Offspring ou dos Scorpions, o meu pensamento vai para ti. Obrigada por tudo aquilo que me ensinaste, pelas palavras, pelos gestos, pelos actos. Foste e sempre serás uma pessoa muito especial. Nunca esquecerei a força que me deste no meu ano de estágio. Saber que estavas por perto tornava tudo muito mais fácil.
Nunca voltei a encontrar ninguém que fosse tão directo e sincero nas suas palavras, como tu.
Apesar das largas centenas de quilómetros que nos separam, sabes que tiveste, tens e sempre terás um cantinho muito especial no meu coração, e que por mais voltas que a minha vida dê, nada, nem ninguém vai alterar as boas recordações que tenho desse ano.
“Quando o conheci, senti-me renascer. Havia muito tempo que não me sentia assim. A flutuar no espaço. O mundo girava à minha volta em rotações aceleradas, e era-me difícil pensar com calma no que quer que fosse. Uma energia nova e quente tomava conta de mim e sufocava-me. Eu exultava em cada novo dia. A presença dele aquecia-me o corpo e os sentidos, e sentia-me a pairar sobre nuvens de algodão. Era uma sensação estranha e viciante. Por vezes, sentava-me junto ao mar, e procurava convencer-me de que não se passava nada de estranho comigo. Que estava apenas a apaixonar-me. Milhões de pessoas no planeta ter-se iam sentido assim pelo menos uma vez no decurso das suas vidas. Respirava fundo, e tentava levar as coisas com naturalidade, mas as minhas intenções não passavam disso mesmo, de intenções. Sempre que o vislumbrava a minha cabeça girava a cem à hora, a minha pulsação acelerava e ondas de suor perpassavam pelo meu corpo, deixando-me num estado semelhante à loucura. Não dizia coisa com coisa e não fazia nada certo. O olhar dele fixava-se em mim de uma forma, que fazia o meu corpo estremecer em convulsões de desejo. Percebia que não conseguia controlar a situação, e que, a qualquer momento, poderia cometer uma loucura. Quando hoje me recordo destas sensações, elas parecem-me longínquas e desconexas, difíceis de reconstruir. Hoje, sinto-me a anos-luz de tudo isso, e é-me difícil acreditar que a pessoa que hoje sou, seja a mesma que esteve apaixonada por aquele homem. Tudo parece ter acontecido há anos-luz. Tudo parece ter acontecido com outra pessoa que não eu. Uma pessoa viva, plena de energia, infinitamente sedutora e desejável, jovem e plena de vitalidade. Uma pessoa, que não eu.”
Não se escolhe quem se ama - Joana Miranda