"Dizem que o tempo cura. É mentira. O tempo não cura nada, o tempo alivia a dor, consola-nos a alma, ensina-nos a tratar dos afectos como pessoas crescidas. Uma espécie de anestesia fraquinha, que nos faz distrair de nós mesmos. Das nossas emoções e da força dos nossos sentidos. E depois vêm os entendidos, movidos pela urgência da cura. Trazem o diagnóstico numa mão e a receita na outra; chamam-lhe obsessão, fixação, paranóia, teimosia, e para que ela se instale há que declinar o verbo esquecer, em todos os tempos e modos, como se alguém estivesse realmente interessado em esquecer. Mas na verdade tornámo-nos «autistas do amor» e a convalescença é apenas o analgésico da recaída – quando nos julgamos sarados da ausência, ela ganha contornos antigos e de repente agiganta-se à nossa frente maior do que nunca antes."
Palavra de mulher – Maria João Lopo de Carvalho
De
J.C. a 2 de Março de 2008 às 01:17
o tempo ... o tempo limita-se a passar
tudo o resto é com as pessoas ...
jmack
De
Clauclau a 2 de Março de 2008 às 02:02
Como tu dizes, as coisas boas não duram para sempre e as más também não...

De
J.C. a 2 de Março de 2008 às 01:18
o tempo ... o tempo limita-se a passar
tudo o resto é com as pessoas ...
jmack
O tempo não cura se nós não curarmos. Ou seja, a nossa memória é selectiva. Cá para mim funciona ligada ao coração! Umas coisas - boas e más - esquecemos, outras nunca esquecemos... Podemos senti-las com outros sabores, outros aromas, outras sensações, mais perto ou mais longe... E há coisas que o tempo não mata, que só morrerão quando nós morrermos...
De qualquer forma, uma coisa é certa: o tempo pode não apagar, mas ensina a contornar, a limar, a polir e com o tempo vêm também outros ventos...
Beijocas
De L'etranger a 7 de Março de 2008 às 16:51
Não é o tempo que cura, mas o que fazes dele.
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