"Mas como se isto não bastasse, até a linguagem que usamos é um verdadeiro faz-de-conta: já repararam no léxico da velha desculpa para despachar intrusos? «de momento o doutor está em reunião». Já não é a história da reunião que na grande maioria dos casos nunca existe, mas aquelas duas palavrinhas supinamente irritantes «de momento». Qual momento qual carapuça? O doutor não vai atender nunca, porque não está para o aturar, percebe? Ou o «se calhar» era melhor combinarmos jantar noutro dia. Não é se calhar coisíssima nenhuma! Apetece responder: Porque, vai atirar a moeda ao ar e se sair sim, vem jantar, se sair não, fica para outro dia! Tretas! Até nem me apetece nada ir jantar. E sem nos darmos conta continuamos com o faz-de-conta por dá cá aquela palha."
Palavra de mulher – Maria João Lopo de Carvalho
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