“De facto, o meu maior defeito é a ingenuidade. Quer dizer, estou a tratar disso, mas é extraordinariamente difícil libertar-nos de traços particulares tão radicais. Imaginem só, já me chateio o suficiente sozinha, por esse motivo; já para não falar do facto de ser igualmente sensível e impressionável... Parto sempre do pressuposto de que as pessoas me dizem sempre a verdade. Ainda hoje acredito cegamente na fidelidade, bem, não na minha, mas isso é outra conversa. (...) É uma vergonha ter demorado tanto tempo a desmascarar aquele imbecil.”
Coração à deriva – Ildikó Von Kürthy

“Quanta hipocrisia para ali vai! Quero observar, com aquela carinha de santo, pensa que é incapaz de partir um prato, e no entanto já partiu a loiça toda.”
“Que mal lhe tinha feito para que ele me pagasse daquela maneira? Porquê? Se a única coisa que fez foi amá-lo? Porquê? Porquê. Perguntava com insistência.”
A varanda das gardénias – Sandra Sabanero
Isto é o que eu chamo «lavar a alma».
Se és «ingénua» não te recrimines por isso, sem pre valorizei muito mais a ingenuidade do que a, desculpa-me a expressão mas não consegui encontar outra, «sacanice».
No dia em que as aves raras» buzinarem ao teu ouvido, o que quer que seja, e te fôr indiferente, és uma mulher livre.
Deixo-te aqui um beijinho e faço votos para que esse dia chegue depressa.
De
Clauclau a 22 de Maio de 2007 às 18:02
Está a demorar muito mais tempo do que desejaria a tornar-se indiferente.
Digo para mim mesma que me "estou bem lixando para a vida dele", desculpa-me a expressão, "que já não me afecta", "que não quero saber", mas a verdade é que são apenas palavras da boca para fora. Bem lá no fundo, ainda são punhais que me atravessam o corpo e a alma, que me deixam ficar com um olhar perdido e com o peito apertado. Sei que só me conseguirei livrar dele no dia em que o lugar for preenchido por outra pessoa, mas ando desencontrada dessa pessoa.
Faz o luto. Enterra esse homem que amas primeiro. Um novo amor poder-te á dar a ilusão que já o esqueceste, mas um dia esbarras no teu coração e percebes que ele ainda lá está. Faz o luto, amiga, enterra-o primeiro.
Deixo-te um mimo.
http://aspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt/27759.html
De
Clauclau a 22 de Maio de 2007 às 20:49
Bem tento fazer o luto.
Já passaram 14 meses... já era tempo. Ou será que o luto pelos vivos é mais demorado que o luto pelos mortos?
E obrigada pelo mimo. Tenho te visitado todos os dias, mas por preguiça , ou por falta de palavras, não tenho deixado comentários. Mas aprecio imenso os textos que escreves, as imagens e as musicas. Parabéns pelo blog.
Minha linda!!!
É claro que o luto pelos vivos demora mais tempo. O luto dos mortos faz-se porque sabemos que não vão voltar. E o luto dos vivos é reacendido a cada visão, palavra, ou recordação da pessoa amada. Além disso, há uma coisa terrivel, que mesmo a nível subconsciente, vive em nós... chama-se esperança... de um dia podermos ter ao nosso lado a pessoa que amamos, arrependida, a implorar-nos o nosso amor.
Vou deixar-te outro mimo. Um dia li este texto e acredita que me deu muita força. Espero que surta o mesmo efeito contigo.
http://aspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt/549.html
De
Clauclau a 22 de Maio de 2007 às 21:41
Gostei da história da águia. Dá que pensar... Obrigada.
Beijinhos
De
noche a 22 de Maio de 2007 às 01:39
percebo-te perfeitamente...
irrita-me um bocado fazer o "luto" de alguem que sabes que está lá... e ainda por cima tudo e todos te fazem lembrar...
De
Clauclau a 22 de Maio de 2007 às 17:53
E se ainda me contassem uma tragédia grega.
Mas não, falam da sua vida de sucesso como se de uma novela se tratasse. É como se me dissessem que eu faço parte da fase a preto e branco da vida dele, e que ele agora encontrou a fase colorida, porque eu já não faço parte dela.
Pode ser só raiva, mas acho que se me dissessem que ele estava no fundo do buraco não me magoava tanto como saber que ele está de bem com a vida.
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