“Lisa estava a ver televisão quando Rose chegou a casa.
- Olá, querida. Estás bem?
Ela encolheu os ombros. – Sim, estou bem – respondeu , e continuou a olhar fixamente para o ecrã. Rose não disse mais nada. Sentou-se ao lado da filha no sofá, deixou que o seu coração abrandasse e os seus olhos deambulassem, cegos, até à televisão.
Era uma técnica que aperfeiçoara ao longo dos anos. Os adolescentes – pelo menos os adolescentes da sua família – pareciam comunicar os seus problemas mais livremente se não fosse imposto nenhum contacto visual com o progenitor. Rose recordava-se de como costumava dirigir-se ao topo da cabeça de Brian enquanto ele estava concentrado nos jogos de computador. Também no passado ficara bastante familiarizada com os contornos angulosos das omoplatas de Damien enquanto o seguia à volta da cozinha. Mantinha-se prudentemente vários passos atrás dele, aproximando-se tanto quanto podia, esperando pacientemente enquanto ele procurava comida no frigorifico, ou abria e fechava os armários de cozinha. Foi nessas circunstâncias que teve as conversas mais profundas, mais difíceis, mais reveladoras com os seus filhos.”
A outra face do amor – Catherine Dunne
Nunca tinha pensado no assunto... Mas, realmente, este texto dá que pensar. Uma mãe com paciência, amor e sabedoria, é o que me transmite. Para não variar, outra boa escolha.
Beijocas
De
Clauclau a 13 de Setembro de 2007 às 15:45
A verdade é que por vergonha, por receio, por timidez, muitas das coisas importantes são ditas sem olhar o outro de frente, sejam crianças, sejam adultos.
A verdade, é que só assim é que contamos muitas coisas que olhando nos olhos, não teríamos coragem de contar.
Beijinhos
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