Passado dois anos, ainda não esqueci... nem esquecerei nunca...
Faz anos que o meu sonho de adolescente de uma vida a dois com o A desmoronou. Por mais que o tempo passe não consigo deixar de ter pena que comigo não tenha dado certo. Porquê comigo? Será que não merecia ser feliz? Não seria eu suficiente mulher?...
Tantas perguntas para as quais ao fim destes dois anos continuo sem resposta. Lá no fundo, gostaria que um dia ele me desse resposta a todas estas perguntas, mesmo sabendo que nunca há resposta para elas. As relações chegam ao fim por tantos motivos e por nenhum em concreto, mas gostaria de ter uma resposta para o facto de não ter ficado ao lado daquele que toda a vida amei, sem ele nunca ter merecido esse amor.
Sei que nunca terei essas respostas.
Quero que ele fique a centenas de quilómetros de distância.
Quero que ele não venha perturbar o meu sossego.
Quero andar tranquila na rua, sem ter receio de me cruzar com ele, como aconteceu na semana passada. Apesar de ter passado por ele sem sequer olhar ao lado, como se estivesse de bem com a vida, como se a presença dele me fosse completamente indiferente, como se nunca o tivesse visto na vida, por dentro um turbilhão de ódio e de raiva flutuava.
Eu sei que não foi indiferente. As lágrimas que continuam a deslizar pelo meu rosto são a prova disso. Bem lá no fundo continua o sonho de criança, o desejo de que viesse ter comigo, de que me pedisse desculpas por todas as palavras amargas e histórias inventadas, que me envolvesse nos braços e me prometesse que no futuro tudo ia ser como no meu sonho de criança.
Será que um dia eu vou encontrar outro amor assim... ou pelo menos... será que um dia as lágrimas desse amor "falhado" vão mesmo desaparecer de vez...
... que o A não venha passar o Natal à terra.
Não me apetece mesmo nada... ter de ir ao baptizado. Isso implica passar horas debaixo do mesmo tecto, jantar à mesma mesa, respirar o mesmo ar, ouvir as suas conversas... hummm ... facilitava-me mesmo a vida se ele ficasse bem longe.
A verdade é que, desde que acabámos, nunca mais "fomos obrigados" a estar debaixo do mesmo tecto.... e não me apetece mesmo nada. Apesar de dizer que me é indiferente, tenho medo que a sua presença traga à tona todos os ressentimentos que guardo bem embrulhados lá no fundo...
A Paella estava deliciosa!
Que tranquilidade!
A nossa praia privada em
Tavira...
PRAIA VERDE
As pinheiras
dão um toque especial a esta paisagem.
É LINDA!
Hora de apanhar o barco em 4 Águas
para ir até à ILHA DE TAVIRA
Não gostei muito da Ilha...
Sinceramente, gostei de conhecer...
mas não era o sitio
onde gostava de voltar.
Mas o prato das ameijoas
e o da conquilha
até estavam deliciosos.
Último dia na costa Algarvia...
Uma breve passagem por Portimão
para comer uma deliciosa
Massada de Tamboril...
Foi mesmo só para dar um passeio...
...
PRAIA DO VAU
bem acompanhados
pelas CAIPIRINHAS!
"Um senhor, há muito, muito tempo, tanto acusou o vizinho de que era ladrão que o rapaz acabou preso! Dias depois, descobriram que ele era inocente.
O rapaz foi solto, e processou o homem.
No tribunal, o velho diz ao juiz:
- Comentários não causam tanto mal.
E o juiz responde:
- Escreva os comentários num papel, depois pique e jogue os pedaços no caminho de casa. Amanhã, volte para ouvir a sentença.
O senhor obedeceu e voltou no dia seguinte.
- Antes da sentença, terá que recolher os pedaços de papel que espalhou ontem - disse o juiz.
Responde o velho:
- Não posso fazer isso. O vento deve tê-los espalhado, já não sei onde estão.
Responde o juiz:
- Da mesma maneira, um simples comentário pode destruir a honra de um homem, a ponto de não podermos consertar o mal.
Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada."
Autor desconhecido
A ti Jorge... pena é que não te tenha servido de lição e que não tenhas aprendido nada com o mal que causaste aos outros. Naquele dia perdi um primo. Paciência! Só tenho pena de não poder escolher a família. Devia ser como as amizades. Devíamos poder escolher as pessoas que queremos que tenham laços connosco. Porque há certos laços de família que dispenso. Sobretudo quando são as pessoas do mesmo sangue que nos atiram a primeira pedra. Normalmente, até dou pouca importância ao que dizem ou deixam de dizer. Não sendo pessoas que convivem diariamente comigo, o que dizem entra num ouvido e sai pelo outro; mas quando se trata da própria família a inventar essas histórias, é muito dificil de esquecer, quanto mais perdoar. Depois de ter conhecimento da sua invenção, falei com ele olhos nos olhos para ouvir a versão da boca dele. Ainda me lembro que as últimas palavras que lhe disse foram "És um merda!". Depois desse dia para mim morreu e passei a ignorá-lo por completo. Pode estar num grupo de pessoas, ou até mesmo numa festa de família, cumprimento os outros todos e faço como se ele fosse transparente, como se não o tivesse visto. Os outros reparam e até a minha mãe me chama a atenção. Temos pena! Até faço de propósito para que todos saibam o motivo pelo qual deixei de o cumprimentar, de falar com ele ou de lhe lançar um simples olhar. O que ele inventou, pôs fim à minha relação com o AFL. E tudo o que foi destruido, tal como os pedacinhos de papel, jamais poderá ser reconstruido, porque haverá sempre muito pedacinho de "papel" em falta. É claro que o AFL é que é o culpado de ter acreditado nos outros e não em mim. Ele carrega o peso de ter feito desabar o castelo de cartas, mas grande parte da culpa foi do Jorge que retirou uma das cartas da base do castelo: a confiança. E sem essa carta, não há castelo que resista.
Hoje a minha mãe comemorou mais uma primavera. Apesar de todos os atritos que temos no dia a dia, a verdade é que a amo mais do que tudo nesta vida.
Durante toda a minha vida, tenho-me apoiado em três pilares que para mim são fundamentais: a minha mãe, o meu pai e o meu manito . Sei que estão sempre lá para me apoiar e que posso contar sempre com eles. E eles sabem que podem contar sempre comigo.
E não, não vivemos num conto de fadas; temos discussões e divergências de opiniões como toda a gente, mas a verdade é que damos uma grande importância à família.
A minha mãe é uma grande mulher. Toda a vida trabalhou imenso na agricultura para que tivéssemos sempre um pouco de tudo em casa sem ter de ir comprar as coisas ao mercado. A verdade é que muitas vezes lhe digo para que deixe de semear certas coisas porque o preço delas não compensa todo o trabalho que tem. O pior é que não me consigo fazer compreender. Ela entende, como se eu a estivesse a recriminar por andar a estragar dinheiro nas terras quando o que eu pretendia era apenas que ela preservasse mais a sua saúde e o seu corpo e que trabalhasse menos. Mas não a consigo convencer. Admiro-a imenso. Acho que ela pensa que eu não lhe dou valor por não ter estudos, por nunca ter tido um trabalho remunerado. Mas muito pelo contrário, admiro-a ainda mais por tudo o que faz; trabalhou mais na vida que todas as outras mulheres que têm um trabalho fixo, pois trabalha no campo de sol a sol, todos os dias, sem feriados, sem dias de descanço, sem limites de horário, sem férias; admiro-a por tudo o que sabe sobre culturas (assunto de que não percebo mesmo nada, com muita pena minha). Apesar de todo o trabalho que tem, e de não ver lucros monetários do seu trabalho, todo esse esforço é compensado por ver crescer, dia após dia, as culturas que semeou, por colher as frutas e os legumes de que cuidou ao longo de várias semanas, por ver nascer os animais e os alimentar durante meses e anos.
Adoro-te mãe. Mais do que alguma vez te disse. Mais do que tu possas imaginar. Quando ficas triste, também fico triste, quando choras também choro, quando sofres também sofro, quando estás doente também fico doente.
Os nossos maiores atritos são sempre por me cobrar o genro que não lhe dei e os netos que não tem. Mas o futuro só a Deus pertence. Quem sabe um dia não terá um genro muito melhor que o AFL . Sei o quanto ela gostava dele e o quanto gostava que lhe tivéssemos dado os netos que tanto deseja. Mas a vida nem sempre segue as linhas que traçamos.
Mãe espero que possamos ficar os quatro juntos ainda por muitos e muitos anos.
Amo-te muito.
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