"Cresci entre os livros, fazendo amigos invisivéis nas páginas que se desfaziam em pó e cujo aroma ainda sinto nas minhas mãos."
Carlos Ruiz Zafon - A sombra do vento
"... não faço ideia para onde vou. Não vejo a estrada à minha frente. Não posso saber ao certo onde termina. Tão-pouco me conheço verdadeiramente e o facto de pensar que estou a seguir a Tua vontade não significa que esteja realmente a fazê-lo."
Sue Monk Kidd - A ilha das Graças
"Com o inverno, a sensação tinha-se intensificado. Via uma vizinha a correr pelo passeio diante da casa, a treinar, imaginava eu, para a escalada do Kilimanjaro, ou uma amiga no meu clube de leitura a fazer um relato minucioso do seu bungee jump de uma ponte na Austrália, ou - e este era o pior de todos - um programa televisivo sobre alguma mulher intrépida a viajar sozinha na paisagem azul da Grécia, e sentia-me submergida pelo pequeno rio de centelhas que parecia fluir por baixo de tudo isso, pelo sangue/seiva/vinho, pela energia, o que quer que fosse. Enchera-me de um sentimento de privação da imensidão do mundo, das coisas extraordinárias que as pessoas faziam das suas vidas - embora, no fundo, eu não desejasse fazer nenhuma dessas coisas em particular. Não sabia então o que desejava, mas o anseio era palpável."
Sue Monk Kidd - A ilha das Graças
"Se sente compulsão para ir atrás do seu marido para ver onde é que ele está; se anda sempre a telefonar-lhe para saber o que é que ele anda a fazer; se não aceita que ele saia à noite com medo de que tenha encontros amorosos; se examina as roupas dele à procura de sinais de promiscuidade; se manda alguém conferir se é verdade que ele está onde disse que estaria - acredite que nada disso vale a pena, que tudo conduzirá ao sofrimento, ao stress e à deterioração da relação."
"Repita com a máxima frequência possível «A minha vida sou eu, apenas eu, e somente eu posso tornar a minha vida feliz.»"
Lauro Trevisan - Faça a sua vida resultar
“Julie cresceu no seio de uma grande família, com sólidos princípios religiosos. A sua mãe incutira nela e nas irmãs a ideia de que o único homem com quem estivera toda a sua vida era o marido e que tal atitude revelava uma moral exemplar. Ambicionando poder dizer o mesmo às suas futuras filhas, Julie soube, ao ter sexo pela primeira vez com Robert, que teria de casar com ele, pois só assim garantiria a integridade moral que faria dela um modelo de conduta.
"Todos os meses, deixe de fazer pelo menos uma coisa que a ponha em baixo e acrescente pelo menos duas coisas de que goste à sua vida.
Se aquilo parecia demasiado simples para fazer realmente a diferença, a mulher decidiu fazê-lo, de qualquer maneira. Deixou de ir de carro para o emprego, coisa que detestava, e passou a ir de transportes públicos com uma colega cuja companhia lhe agradava. Além disso, começou a ter aulas de ioga ao fim de semana. Quase imediatamente, os seus níveis de energia aumentaram e sentiu-se como já não se sentia há anos.
No m~es seguinte, decidiu subtrair a dose matinal de açucar, que a fazia sentir-se nervosa até à hora de almoço, e adicionar uma garrafa de água por dia e uma ida semanal ao cinema. Quando uma das suas colegas comentou que andava com um ar mais feliz e lhe perguntou se encontrara "alguém especial" na sua vida, percebeu que sim: ela própria."
Chega aonde quiseres - Michael Neill
"Um amigo meu falou-me numa reunião em que tinha estado que a pessoa que estava à frente da sala pegou numa nota novinha em folha de 50 euros e perguntou quantas pessoas a queriam. Claro, todas as mãos que estavam na sala se levantaram. Então, a pessoa que estava à frente da sala fez tudo o que possa imaginar para dar cabo da nota de 50 euros: cuspiu-lhe, fez-lhe rasgões e até a amarrotou e a esfregou na sola do sapato até ficar toda suja.
- Quantos de vocês ainda a querem? - perguntou a pessoa que estava à frente da sala.
Lentamente, mas com segurança, todas as mãos que estavam na sala voltaram a levantar-se.
- Cada um de vocês é como esta nota de 50 euros - prosseguiu o orador. Independentemente do seu aspecto, independentemente daquilo por que passou, por mais gasto que esteja ou por mais longe da perfeição que pareça, o seu valor continua intacto.
Chega aonde quiseres - Michael Neill
" Um dia, um ser humano foi para o céu, como muitas vezes fazem os seres humanos. À chegada, o ser humano foi recebido por uma multidão de anjos que lhe foram mostrar todas as maravilhas do céu. Durante a visita, o ser humano reparou que havia um quarto pelo qual os anjos passavam apressadamente sempre que se aproximavam.
- O que é que há naquele quarto? perguntou o ser humano.
Os anjos olharam uns para os outros como se receassem a pergunta. Finalmente, um deles avançou e disse amavelmente: "Não estamos autorizados a impedir-te de entrar, mas, por favor, acredita: não vais querer entrar ali."
A mente do ser humano começou a imaginar o que podia haver naquele quarto. Que é que podia ser tão horrível que todos os anjos do céu quisessem esconder? O ser humano sabia que, provavelmente, devia acreditar na palavra dos anjos, mas achou muito difícil resistir à tentação. "afinal", pensou o ser humano, "sou apenas um ser humano."
Encaminhando-se lentamente para o quarto, o ser humano estava cheio de medo e de curiosidade quanto aos horrores que poderiam estar para ser revelados. Mas, de facto, o quarto estava cheio das coisas mais maravilhosas que se podia imaginar: um lar lindíssimo; coisas óptimas; grande sabedoria; uma família feliz; amigos amorosos; e riquezas incomensuráveis.
De olhos esbugalhados, o ser humano voltou para junto dos anjos. "Mas por que é que não me queriam deixar entrar ali? Este quarto está cheio das coisas mais espantosas que já vi!"
Os anjos olharam uns para os outros com tristeza e viraram-se de novo para o ser humano.
"Estas eram as coisas todas que eras para ter tido enquanto estavas na Terra, mas nunca acreditaste que pudesses tê-las."
Chega Aonde Quiseres - Michael Neill
"Escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-o(a) e respeitando(a) até que a morte vos separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
Prometes não deixar que a paixão faça de ti uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do teu amado, lembrando-te sempre de que ele não te pertence e que está ao teu lado por livre e espontânea vontade?
Prometes saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exactamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso te transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Prometes fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não se chegaram a concretizar?
Prometes sentir o prazer de estar com a pessoa que escolheste e ser feliz ao lado dela pelo simples facto de ser a pessoa que melhor te conhece e, portanto, a mais bem preparada para te ajudar, assim como tu a ela?
Prometes que te deixas conhecer?
Prometes ser uma pessoa gentil, carinhosa e educada e não usar a rotina como desculpa para a falta de sentido de humor?
Prometes que farás sexo sem pudores, que farás filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de ti, e que os educarás para serem independentes e bem-informados sobre a realidade que os aguarda?
Prometes que não dirás mal da pessoa com quem casaste só para fazer os outros rir?
Prometes que a palavra liberdade continuará a ter a mesma importância que sempre teve na sua vida, que saberás responsabilizar-te por ti mesmo sem ficares escravizado pelo outro e que saberás lidar com a tua própria solidão, que casamento algum elimina?
Prometes que serás igual àquilo que eras minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais do que marido e mulher: declaro-os maduros."
In, Faça a sua vida resultar, Lauro Trevisan
“Quantos não se encaminham para o altar na crença de que a santificação do casamento irá fazer com que o parceiro mude para melhor? Há quem lhe chame fé. Eu prefiro chamar-lhe uma firme negação da realidade.
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