A música ecoava como uma melodia que nos mergulhava num mundo de fantasia. Para me refugiar dos que me perseguiam, pedi-te aconchego. E Tu estavas ali mesmo ao meu lado, disposto a ser o meu anjo protector naquela noite gélida. Aconchegaste-me nos teus braços e fizeste-me deslizar ao som da música. A saudade do que vivemos invadiu o meu pensamento. A verdade é que nunca me esqueci de ti. Estávamos no meio da multidão, debaixo de um céu carregado de nuvens que ameaçava rebentar a qualquer momento. Nos teus braços senti-me uma criança protegida, uma mulher desejada, uma alma feliz. As palavras e os sorrisos deram lugar ao silêncio, às sensações, aos arrepios. Nas nossas mentes recordámos momentos fugazes em que os nossos corpos se revelaram à luz da lua. Os corações começaram a bater com mais intensidade, o desejo era evidente no nosso olhar, os passos de dança eram cada vez mais lentos e nos nossos corpos comprimiam-se cada vez mais um contra o outro. Quando a música terminou, dei-te um beijo no rosto e parti. Dei apenas alguns passos, e ao virar-me, os meus olhos mergulharam nos teus. Pegaste-me ao colo e, por impulso, coloquei os meus braços em volta do teu pescoço. Olhando o céu, era visível que uma enorme tempestade se iria abater sobre a terra. Mas tu ignoraste isso, e prometeste que me irias mostrar as estrelas.
De repente acordei. Olhei para o travesseiro a meu lado e tu não estavas lá. Um sorriso enorme invadiu-me o rosto e o coração. Era pura ilusão. Um sonho apenas, mas era como se tivesse mesmo visto as estrelas. Ainda sentia o teu corpo a transpirar contra o meu, as tuas mãos entrelaçadas nas minhas e uma voz de criança a sussurar-me ao ouvido.
clauclau
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