Sábado, 18 de Agosto de 2007

Segunda oportunidade

"Em vez do ginásio... em vez do ginásio... em vez do ginásio... Era isso que Rebecca repetia sempre, quando suportava qualquer fadiga incongruente: não tenho dinheiro nem vontade para frequentar um ginásio, mas enfrentar estas tarefas físicas no limite das minhas possibilidades mantém-me a tonicidade das coxas e dos antebraços.

Quando chegou com a primeira carga em frente à porta iluminada, achou-se perante uma cena irreal: na sua cozinha reinava uma tranquilidade laboriosa e viva, um misto entre biblioteca de All Saints e as cozinhas de Gosford Park . Emília fazia os deveres sentada à mesa, enquanto Evelina e Elisabeta estavam no chão, em cima de uma espécie de tapete, rodeadas de brinquedos. Evi tinha um livro na mão, e ensinava as cores à irmã, soletrando bem VERMELHO quando lhe indicava a cereja e AZUL quando indicava o mar. Ao fogão não estava a rude signora » Ripalda , mas sim o seu ex-marido Davide , que, ligeiramente acalorado, acrescentava caldo a um risotto » com qualquer coisa verde. Espinafres? Davide tinha as mangas da camisola azul arregaçadas e os óculos embaciados de vapor.

Rebecca bateu nos vidros, e ele, ao vê-la, teve o cuidado de não parecer culpado ou embaraçado. Sorriu-lhe com a afectuosa displicência típica dos maridos residentes, e abriu-lhe a porta envidraçada.

- Olá! Precisas de ajuda para tirar as coisas do carro?

Rebecca controlou a voz.

- Olá. O que é que se passa aqui?

- Ah... nada de especial. Passei por aqui de tarde e mandei embora a signora » Ripalta . As meninas grandes fizeram os deveres, e a Eli está a aprender as cores. Estou a fazer um risotto » de espinafres para o jantar, e está um rolo de carne no forno.

Rebecca inspirou, preparando-se para o pôr na rua de uma forma educada mas inequívoca . As últimas notícias que tinha tido sobre aquele homem davam-no como iminente esposo de uma imprevisível cliente Belinda , e portanto a presença dele naquela cozinha era monstruosa, criminosa, até. Mas, enquanto inspirava, produziu-se um daqueles acontecimentos mínimos que às vezes mudam a nossa existência: a curva casual na casual estradinha onde está o cartaz «Vende-se» na casa da nossa vida, ou então o despertador que não toca fazendo-nos perder a audição para o filme que mais dinheiro ganhou para a história do cinema. Neste caso, Rebecca , um milionésimo de segundo antes de falar, interceptou um olhar da sua filha Emilia que lhe bloqueou as palavras nos lábios. Um instante fugidio de um olhar em que Emi exprimia a desconsolada certeza de que agora a mãe ia mandar embora o pai, e ao mesmo tempo a esperança louca e irracional de que isso não acontecesse. O olhar de um pequeno dinossauro enquanto vê cair o meteorito que vai destruir a espécie. E se falhasse a rota? Naquela mesma fracção de segundo, Rebecca apercebeu-se também que a desconsiderada Evelina tinha deixado de ler as cores à irmã, e aguarda o inevitável com a cabeça ligeiramente baixa, com a muda resignação das crianças perante o desastre. Portanto, as suas filhas, que naquele ano se tinham mostrado tão activas e alegres, razoáveis e adaptadas, desejavam a presença do pai, e nunca tinham renunciado completamente à esperança de voltarem a tê-lo em casa.

Em menos tempo do que é preciso para dizer COR DE LARANJA, Rebecca percebeu e, com a mesma prontidão, consentiu. - Ok... sim, de facto, tenho uma série de coisas para tirar do carro. Dá-me uma ajuda.

As meninas nem respiraram, mas todos os seus pequenos músculos, animaizinhos só em parte domesticados, se relaxaram, fazendo-as crescer alguns milímetros.

A abelha do amor – Stefania Bertola

Clauclau às 16:09

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Sexta-feira, 17 de Agosto de 2007

Enganos e desenganos

"- Eu só queria ter a certeza de que ela está bem, aquela imbecil. Podia ao menos ligar-me!
- O que é que eu faço? Beijo-te para te consolar, e depois uma coisa puxa a outra, e finalmente fazemos amor?
Violetta abanou a cabeça: - Não, olha, não é de todo boa altura. Aliás, eu nem sequer devia estar aqui a falar comigo. Devia ligar ao Eugénio. Era ele que me devia consolar.
- Certo. Então liga-lhe. Pega no telefone e liga ao Eugénio.Não interessa que não seja uma coisa muito espontânea da tua parte. As melhores decisões são as que se tomam de cabeça fria, lembra-te disso.
Violetta olhou para ele desconfiada.
- Estás a gozar comigo? Porque se estás a gozar comigo, olha que eu não percebo.
- São muitas as coisas que tu não percebes, e esta nem sequer é a mais grave. Telefona-lhe!
Violetta acabou de engolir uma garfada de massa e pegou no portátil.
- Queres que eu me vá embora? Queres ficar completamente sozinha enquanto falas com o teu poeta e jogador de futebol budista? – Mattia continuava metodicamente a engolir aletria e raiva.
- Não. Fica. Não quero ficar sozinha. Quando muito, vou para aquele lado.
- Óptimo. Assim eu entretanto arrumo a cozinha.
Violetta tentou primeiro o telemóvel de Eugénio, que estava desligado. Então marcou o número de casa, sem muitas esperanças. Eram nove horas da noite e Eugénio nunca jantava em casa sozinho. È capaz de estar no cinema, pensou Violetta, e, enquanto pensava, alguém levantou o auscultador e disse: - Estou?
Aquela elegante voz feminina não lhe era completamente estranha.
- Quem fala?
- Desculpe, com quem quer falar?
- Com o Eugénio Martano.
- Só um momento, que eu vou passar – disse a voz, com uma ironia zombeteira que não parecia plausível, mas que passou a ser quando a voz gritou, com uma perfeita clareza de tom e de dicção: - Eugénio! Receio que tenhamos sido apanhados. Deve ser a tua namoradinha.
Violetta ficou pregada ao telefone, e a sua expressão mudou de uma forma tão visível que Mattia parou de mexer com os pratos na bancada e se aproximou dela, cauteloso.
- Violetta... – era Eugénio, com uma voz ofegante e excitada, como se fosse dizer-lhe: «Meu amor! Encontrei a tua irmã, e também arranjei duzentos e cinquenta mil euros para comprar a Flo!» Mas o que lhe disse foi: Violetta, lamento muito que isto tenha acontecido agora, e desta forma, mas se calhar ainda é o melhor. Sabes quem atendeu?
- Não, ou seja, é uma voz que não me é estranha, mas...
- É a Sílvia Bafaro.
- A Sílvia Bafaro? O que é que ela está aí a fazer?
Naquele momento Mattia imobilizou-se completamente, tipo animal selvagem que se prepara para imobilizar um bando de pequenas gazelas.
- Não me parece que seja muito difícil imaginar, Violetta.
- Mas... como é isso? Tu... Eugénio, o que se passa?
- Vá lá, estás farta de saber. Há já algum tempo que ando com ela. Outra qualquer já teria dado conta... não faço outra coisa senão contar-te mentiras e arranjar desculpas para não estarmos juntos... o problema é que tu não quero mesmo saber de mim. Nunca foste ciumenta, nunca estiveste... não sei... apaixonada. Há anos que te engano e tu nunca suspeitaste, tinhas sempre mais que fazer.
- Como é que me enganas há anos? Mas sempre com ela?
- Não, imagina... com muitas outras.
- Mas... por que me dizes isso assim? Porque me tratas assim?
- Porque quero que assimiles o principio da realidade, e a verdade é que nunca soubeste fazer levedar o meu amor, nutri-lo, fazê-lo dar ramos e folhas e... – Eugénio interrompeu-se, porque Sílvia, à sua frente, olhava para ele com a expressão de alguém que não aprecia as metáforas vegetais. – Em suma, nunca me deste aquilo que eu precisava, e agora encontrei uma mulher que me ama de verdade. E depois também acabei de beber quatro caipirinhas.
- Desculpa lá, e fazes-me isto agora? Depois de amanhã tenho o concurso, não podias ter esperado?
- Só precisavas de não me ter telefonado hoje. Eu tencionava dizer-te no sábado.
- Mas tu querias casar comigo! Andavas a ver casas, e depois aquelas histórias todas das crianças, o «lagotto»...
- Continuo a querer casar-me. Mas com a Sílvia.
-Com a Silvia? Mas tu estás parvo?
Violetta desligou, muito perturbada. Mas aquilo não era nem metade da perturbação de Eugénio, quando a mulher com quem acabava de declarar que se ia casar se virou contra ele como uma fúria, insultando-o. – Imbecil! Cretino! Não devias ter feito isso! Só lhe devias ter pregado um grande susto!

Eugénio fitava-a sem perceber, como um killer idiota."

A abelha do amor – Stefania Bertola

Clauclau às 15:37

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Quinta-feira, 16 de Agosto de 2007

Desejo de viver

"- Então, minha querida, o que foi que aconteceu? Bebe devagar?
- Aconteceu que a mulher do Davide está de acordo quanto ao divórcio, e ele quer casar comigo o mais depressa possível, porque também consultou um vidente e...
- Não digas! Estás a ver como vocês são mesmo feitos um para o outro?
- Esquece, mãe. Esse fulano disse-lhe que vamos ter três filhos, e que vamos ficar sempre juntos, e que eu vou deixar de estudar e que depois também vou deixar as FISH & CHIPS, e que me vou dedicar inteiramente a ele e às crianças!
- Mas, desculpa lá, não era isso que querias? Depois, se calhar, quando as crianças forem grandes, vais poder recomeçar.
- Mas que crianças grandes! Eu não quero ter três filhos, não agora, não durante os próximos dez ou quinze anos! Eu tenho que viver! Quero andar em «tournée» com as FISH, e se me apetecer ter uma história com alguém que encontrar pelo caminho, tê-la! Eu... mãe, mas será que o amor nos caia em cima todo de uma vez, como se fosse um vestido?
Sandra Rocca não fazia ideia. O amor sempre tivera um lugar muito marginal na sua vida.
- Realmente não sei, querida, mas não creio. Quanto a mim, estás só muito cansada... o baixo é um instrumento tão pesado!
- Não é o baixo, mãe. É que eu comecei a andar com o Davide porque é muito fixe, porque era meu professor, porque gosto de sacar os maridos e os namorados às outras, mas, quero eu dizer, aquela paixão de tirar o sono de noite, não sei se existia, desde o princípio... e se a gente não está mesmo apaixonado por alguém, fazer três filhos e deixar tocar, isso sim, é que é pesado, não é o baixo."
A abelha do amor – Stefania Bertola
Clauclau às 15:34

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Terça-feira, 14 de Agosto de 2007

Noites de enganos

"Depois, mais tarde, enquanto Violetta dormia, Eugénio foi à cozinha com o portátil e ligou a Sílvia. – Então? Não me tinhas dito que ficavas hoje em casa? Que andas a fazer por aí com aquele mulherengo do Corsetti?
- Desculpa? Tu estavas com a tua namorada, não estavas? Pois nós não temos nenhum compromisso. Nós somos livres e a nossa história é uma história sem futuro, portanto não me apertes, saio com quem quero e também entro com quem quero. Por isso, desculpa lá, mas não quero que o Armando acorde.
- O quê?
Mas Sílvia já tinha desligado. E Eugénio sabia perfeitamente que Corsetti se chamava Armando. O que ele não sabia, naquela noite de enganos parciais e verdades incompletas, era que Armando Corsetti naquele momento estava em casa com a mulher, Petunia, e que Sílvia estava perfeitamente sozinha, que tinha creme anti-rugas na cara e que ia preparar um chocolate quente, como uma velha solteirona qualquer."
A abelha do amor – Stefania Bertola
 
 
Clauclau às 15:31

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Segunda-feira, 13 de Agosto de 2007

Acusar para esconder a culpa

"Para confirmar esta afirmação do professor Cerruti, também Eugénio se estava a comportar segundo um clássico esquema masculino: acusar para esconder a própria culpa. Não havia dúvida de que nas últimas semanas tinha repetidamente enganado Violleta com pensamentos, palavras e actos, e também não havia dúvidas relativamente ao facto de naquela noite, ao ver-se de alguma forma obrigado a sair com ela, a ter tratado de uma maneira muito desagradável. Mas em vez de dizer alguma coisa do tipo: «Desculpa lá, sabes, tenho uma história com outra e estou muito nervoso» preferia fazê-la acreditar que a culpa era toda dela."
A abelha do amor – Stefania Bertola

Clauclau às 15:27

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Domingo, 12 de Agosto de 2007

Impulso do amor

"Enquanto regressava a casa, às três da manhã, experimentava uma sensação de quase felicidade. Tinha sido uma noite de grande utilidade, que lhe permitira entender uma coisa importante: ela, com os homens, tinha encerrado para sempre. Já não era capaz de gozar com os prazeres simples que ofereciam se não estivesse amparada pelo inebriante impulso do amor. E esse tinha ficado definitivamente enterrado num qualquer bolso desarrumado do seu ex-marido. Por isso, de agora em diante, se a saúde ajudasse, tinha pela frente pelo menos uns quarenta anos livres de qualquer compromisso sentimental. Mesmo fazendo um cálculo muito aproximativo, a extensão de horas que perfilava, convidativa, perante os seus olhos era realmente notável. Horas, horas e horas para se dedicar a ler, a aprender novas receitas de legumes, a fazer construções de Lego com as meninas, a exercitar-se em diversas actividades manuais e práticas como o bordado e o crochet, a visitar Praga, a tocar outra vez piano e a estudar Grego, e a reproduzir com calma e sem pressa alguns dos objectos maravilhosos que tinha visto durante o ART ATTACK, o seu programa de televisão preferido... amanhã começo, pensou, ao mesmo tempo que o taxista parava em frente ao portão de sua casa, e faço aquele castelo de pasta de papel com luzinhas dentro."
A abelha do amor – Stefania Bertola
 
Clauclau às 15:25

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Sábado, 11 de Agosto de 2007

A pior vingança

"Enquanto deslizavam ao longo das curvas da colina, Mattia tentava perceber as últimas atitudes extravagantes da amiga. Por que tinha ela explicado a Belinda o melhor método para conseguir que Davide se divorciasse?
- Para me divertir. Para ver se consigo levar o Davide a destruir-se por completo.
- Queres que ele case com aquela rapariga?
- Quero. Agora que a conheci, quero que ele se case com ela. Acho que é a pior vingança que eu posso inventar. Quero que se ligue aquela imbecil para o resto da vida, e quero observá-lo à medida que aquelas mamas começarem a descair, deixando a descoberto o cérebro, como uma maré impiedosa.
- Julgava que querias que Davide voltasse atrás...
- De facto, essa é a única coisa que nunca quis. Queria que ele sofresse, que ficasse paralisado numa cadeira de rodas, queria que os vermes do remorço lhe comecem o coração e que chorasse de manhã à noite, mas nunca quis que voltasse para mim. Eu não voltaria a aceitar um sujeito que foi capaz de me deixar daquela maneira, com a Elisabetta com apenas um ano. Um sujeito que foi capaz de fazer chorar tanto aquelas meninas, e a mim também, que era a sua querida mulher. Não de maneira nenhuma. Tem que casar col ela, e sofrer por causa disso.
Mattia estacionou em frente ao cinema Irmãos Marx e observou Rebeca. Havia ali qualquer coisa que não o convencia.
- Mas ele? O que é que tu sentes por ele? Ressentimento à parte.
- Eh... estou apaixonada, como sempre. Quando o vejo, sei que estou apaixonada, sabes como é. Mas isso não tem nada a ver. É como ter vontade de roubar. Tem de se ter cuidado."
A abelha do amor – Stefania Bertola

Clauclau às 15:22

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Sexta-feira, 10 de Agosto de 2007

A outra... uma perfeita idiota

"Poucas coisas têm um efeito melhor sobre a psique de uma mulher abandonada do que descobrir que a outra, aquela por quem ele a deixou, é uma perfeita idiota. Consola e permite ver o muito amado perdido sob uma nova luz: a do imbecil. Por isso não é de estranhar que, nos dias seguintes ao encontro com Belinda , Rebeca estivesse de muito melhor humor. Depois de ter chorado muito, parou e reflectiu sobre o facto de Davide ter atirado a vida ao ar por causa de uma galinha com puré no lugar do cérebro, e começou a considerar a situação com um maior optimismo. Talvez não lhe tivesse corrido assim tão mal, talvez tivesse evitado, por um felicíssimo pêlo, passar o resto da sua existência com um homem em quem, ao envelhecer, viria inexoravelmente ao de cima a pobreza de espírito."

A abelha do amor – Stefania Bertola

Quinta-feira, 9 de Agosto de 2007

A abelha do amor

- Como é isso de o amares?
- Quando o vi, percebi que ia amá-lo para sempre.
- A sério? E como é que percebeste? – Mattia tinha pousado a cafeteira a ferver na base de palha, tinha tirado as chávenas e estava com o açucareiro na mão, curioso em ouvir finalmente a definitiva explicação sobre o mistério do amor.
- Pela dor. Sabia que o amor é uma abelha?
- Uma abelha?
- Sim. Nós temos a abelha do amor fechada no nosso coração, e adormecida. Só quando a abelha acorda e nos pica é que chega o verdadeiro amor. A abelha só pica uma vez e depois morre.
- E como é que percebes a diferença entre amores falsos e amor verdadeiro?
- Percebes. Se não sabes, quer dizer que ainda não te picou.

A abelha do amor – Stefania Bertola

Clauclau às 12:01

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Quarta-feira, 8 de Agosto de 2007

Sem defesa

"- Eu não percebo como é que permites que me humilhem desta maneira, que me tratem como uma espécie de cachorra que levas atrás de ti para as festas, partindo do principio a que se pode chamar festas a estas enormes chatices a que eu venho só para te agradar, porque se por acaso acreditas que me divirto, enlatada no meio de uma quantidade de velhos babosos que só tentam apalpar-me o rabo, pois bem, não é assim, ficas a saber, não é assim, eu vou por ti, porque te amo, e sou leal contigo, enquanto que tu não passas de um pedaço de merda!
Esta confusão imprevista apanhou de surpresa Davide, que esperava que o monólogo continuasse até ir ter a sítio qualquer. Mas afinal requeria-se a sua intervenção: - Belinda, são duas horas da manhã e eu estou cansado... não sei que paranóia é essa...
- Paranóia? Paranóia? Disseste «paranóia»? Ah, então é uma paranóia, não é? O facto de tu deixares que o primeiro idiota de passagem me trate daquela maneira, sem lhe dirigires uma palavra! Ficas ali a sorrir como um imbecil, e se calhar até te sentes satisfeito, sim, até te sentes satisfeito, porque no fundo até te dá gozo! Diz, diz que ainda a amas!
E aqui, finalmente, Davide percebeu pelo menos em parte qual era a questão. Mais uma vez, Rebeca. De quem Belinda tinha uns soberbos ciúmes em cada instante da sua vida consciente."
A abelha do amor – Stefania Bertola
 
Clauclau às 11:57

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